13 de dezembro de 2007

Não custa tentar....

Bem, a criançada toda o faz, e eu, como tenho um espírito muito jovem também o decidi fazer.
Este ano vou escrever ao Pai Natal uma carta com o meu pedido... sim eu só tenho um pedido, não peço muito. Deixo o meu pedido aqui em público, não vá alguém querer poupar o Pai Natal desse trabalho:

Aqui está uma foto do meu pedido:




Bem, a cor não é a favorita, mas se vier assim já não me queixo, não sou esquisito.
Para quem não o está a reconhecer, trata-se do Porsche Cayman.
Quanto à mulher não é preciso, pois para gastar dinheiro... o carro chega! :P

10 de dezembro de 2007

Thank God is Christmas…

Bem, não sei se é da elevadíssima carga de trabalho que tenho andado sujeito nos últimos tempos se é deste tempo primaveril mas eu só me apercebi que estamos praticamente no Natal quando ontem (Domingo) fui obrigado a entrar dentro de um centro comercial lisboeta! Bem há outros indícios que me fizeram suspeitar de tal. Reparei que na minha sala de estar, já se encontra feita a árvore de Natal, mas como o meu tempo é dispendido na minha secretaria ou na faculdade, nem hipótese tive de apreciar a obra de arte da minha mãe. Também um sinal bem característico é a volumosa quantidade de caixas de chocolate que gentilmente oferecem à minha mãe e que começam a empilhar por todo lado da casa. Para mim é um desgosto não gostar de chocolate, pois dizem que satisfaz algumas carências afectivas, e neste momento o que não me falta aqui em casa é mesmo chocolate… e carências…

Apesar, deste ano, o natal estar algo distante do meu pensamento, continuo a ser um apaixonado por esta época, não pelo que me está reservado debaixo da árvore, mas sim pela união festiva gerada em torno desses dias em minha casa. Posso dizer que sou um tradicionalista/conservador, pois sou daqueles que não dispensa o bacalhau cozido, com couves regadas com azeite e alho, bacalhau este comido numa mesa grande, repleta de família e alguns amigos. Claro que também não dispenso a madeira a ser consumida na lareira. Fundamental, também, é a reunião geral em volta da árvore e ver a magia surgir nos olhos do membro mais novo da família, enquanto rasga os embrulhos…

São estes momentos, entre outros, que me fazem sonhar nesta quadra, mas… é Natal…

É Natal, mas o homem teima em continuar a olhar para o seu umbigo. Este fim-de-semana houve em Lisboa a cimeira dos líderes europeus e africanos. Tenho que confessar que a pose e opulência de alguns dos líderes africanos deixou-me um pouco enjoado. Vestes espampanantes, adereços cravados de jóias e ouro e uma pose de elevada altivez fazia contrastar com as reportagens dos milhares de pessoas que todos os anos morrem à fome, de tuberculose e de SIDA naquele mal afamado continente. A miséria tão bem contrastada pelas comitivas africanas. Tiranos que subjugam os seus povos para que eles possam nadar em riquezas, tiranos que vêem acontecer genocídios como o de Darfur e nada fazem. Se alguns deles tivessem petróleo, já lá tinham os EUA em cima a reivindicar os direitos humanos…

Mas nós, pouco podemos fazer daqui, até porque aqui mesmo, onde moramos, acontecem coisas que nos deixam chocados…

Este fim-de-semana, enquanto me actualizava sobre as notícias, ouvi uma que me deixou sem capacidade de reacção. Um armazém de alimentos, roupas e brinquedos para sem-abrigo havia sido assaltado! Pergunto-me, que humano foi capaz de roubar a comida daqueles que não tem que comer? Que humano foi capaz de roubar a roupa daqueles que não tem que vestir? É por demais cruel para ser verdade… roubaram o que os outros deram por caridade, roubaram bolachas, batatas, farinhas… roubaram todas as peças de roupa novas e brinquedos novos, deixando apenas aquilo que havia sido usado. Tamanha malvadez só poderá ter sido cometida por animais sem qualquer sentimento.

Há quem possa argumentar que isso são actos de “pessoas” isoladas, mas este fim-de-semana, ao entrar no centro comercial, vi uma senhora de idade pedindo que lhe pagassem um galão ou uma torrada, que estava cheia de fome, mas as pessoas passavam por ela com as mãos demasiado ocupadas, com os sacos de compras, para tirar uma moeda … tinham os olhos demasiado ocupados, nas opulêntes e extravagantes montras, para reparar em tal senhora…

O Natal até pode ser quando o homem quiser…mas se for para ter este espírito, um dia já é demais… (Ao menos temos a maior árvore de Natal da Europa e um dos maiores índices de pobreza)

… Mas ainda bem que é Natal… ainda vai havendo quem faça generosidade, vai havendo quem compartilhe as poucas moedas que sobejam no bolso, há ainda quem olhe para este época como uma época de paz e solidariedade, há quem veja o Natal sem ser uma quadra de consumismo.

Thank God is Christmas…