16 de abril de 2007

Quiet night, quiet stars...


Aqui estou eu mais uma vez em frente ao computador para me expressar através da escrita.

Desta vez o texto não se vai dirigir as adversidades impostas por pessoas alheias, desta vez venho aqui para partilhar este meu momento de celebração da vida.

Cheguei a momentos a casa, e enquanto me encaminhava para o meu lar, percebi que estava uma noite fantástica, uma noite que faz inveja a muitas noites de verão. Alias todo o dia pareceu um dia de verão.

Com estas condições climatéricas tão favoráveis, não hesitei em puxar o puff para a varanda. Aproveitando a vantagem de ter wireless em casa trouxe o portátil para mim. Inspirei fundo e deixei o perfume das flores se situam no meu quintal invadir os meus pulmões… O pólen percorreu os meus canais nasais impingindo um espirro audível no bairro, e aí o sorriso brotou com uma simplicidade absurda! A brisa quente estava suspensa e aproveitando o momento de pura alegria coloquei os headphones nos ouvidos, e pus Translúcido de Margarida Pinto em repetição. Nessa altura estava pronto a escrever, mas eis senão quando uma estrela cadente rasga o céu. De pequeno o meu avô me ensinou a pedir um desejo sempre que visse uma estrela cadente. Tenho que admitir que ver uma estrela cadente em Lisboa, para mim é um acontecimento muito raro, tendo em conta que no céu límpido da serra, via ás dúzias por noite, e aqui nem me lembro da última. Mais uma vez o sorriso armou-se, e com tanto espanto quase me esquecia do tal desejo. Sem pensar muito percebi que o que mais desejava era que momentos destes se repetissem mais vezes. Senti-me estranhamente feliz, com vontade de gritar aos quatro cantos do mundo que estava feliz. Mais uma vez depreendi que podemos retirar muito prazer e alegria nas coisas mais simples e banais, e então esperei que esta noite fosse longa.

A música repetia-se vezes sem conta, e parecia que a alegria dela contagiava todo a minha volta. Senti-me drogado pelas fragrâncias das flores, pelo ritmo da música, pelo suor que se acumulava na minha pele, pelo céu, que apesar de estar bastante poluído pela luminosidade da metrópole, me deixava deslumbrar algumas constelações.

É, sem qualquer dúvida, um espectáculo… o céu nocturno, mas a sua banalidade e a nossa capacidade de perder tempo em coisas inúteis, deixam-nos cegos ao ponto de não dedicarmos uns minutos a aprecia-lo, e hoje vejo que tem um efeito bastante relaxante.

Senti que ainda não estava preparado para escrever, faltava algo para completar a harmonia. E logo vi que faltava o belo do chá de menta para que o êxtase fosse completo, então, rapidamente, precipitei-me para a cozinha e em alguns minutos estava de volta. Agora sim a noite estava perfeita. Agora sim podia começar a escrever…

A noite ainda é uma criança e esse facto deixa-me ainda mais animado, e no meio de mais um sorriso, gera-se aquilo que parece ser um dado adquirido, que amanha vou acordar e ganhar a certeza que o dia de amanha vai ser mais um dia feliz.

13 de abril de 2007

Inveja, Mentiras e Covardia!

De facto a inveja é um sentimento de medíocres. Nunca pensei ter pessoas a minha volta que tivessem tanta inveja do meu sucesso, ao ponto de me tentarem destruir e envenenar as outras que me rodeiam, usando a mais baixa das armas: Mentiras.

Azar dos invejosos é que sou uma pessoa com valores, e as pessoas que me conhecem já não caiem nas palavras, sem qualquer valor, de um mentiroso.

A tua mentira é a tua cruz, a tua âncora.
Vejo que levas a peito moralidades e teoremas que encontras no meio de uma rima de um Raper qualquer, mas no fundo és vazio de sabor. Moral e Valores não moram em ti... és pobre de personalidade. És oco!
Por seres assim, percebo por que me enfrentas; copiaste duma cifra qualquer "Para ser um homem, tens que derrotar um homem" e só assim se explica essa tua obsessão na minha destruição sem olhar a meios, mas para tua infelicidade a tua mediocridade, alias, a tua Nulidade em nada me arranha.
És demasiado fraco para me causares danos relevantes, és demasiado desprezável para conseguires mudar alguma coisa em mim.
Hoje tenho todos os meus amigos comigo... e tu? Eu sei que estás sozinho, que todos te estão a abandonar, como já vem sido habitual na tua vida, mas desta vez nem eu vou lá estar para te apoiar, pelo contrário, vou lá estar a aplaudir e de poltrona.
És tu que te estás a derrotar... és tão estúpido a esse ponto... se ignorância matasse, aos anos que não estavas no meio de nós... e que bom seria.
Já sinto o cheiro nauseabundo do teu medo. Isto de manter os amigos por perto, mas os teus inimigos mais perto, só resulta quando o teu inimigo não se caga de medo ao ver-te, e tu, eu sei que foges de mim como o Diabo da cruz. :: O teu legado :: A covardia.

10 de abril de 2007

E das cinzas renasce!

A noite foi curta. Acho que o meu corpo já se começa a habituar a dormir pouco.

O despertador começou a tocar, mas eu já há algum tempo que tinha os olhos abertos. Estavam fixados no tecto branco do meu quarto. Tinha um nó na barriga, sentia um friozinho pelo corpo. Sabia que a hora se aproximava a passos largos. Levantei-me e dirigi-me para a minha rotina habitual; banho, lavar os dentes, tomar o pequeno-almoço, vestir-me, arranjar-me e sair. Com o cérebro amorfo pela sensação de que se instalara no meu estômago assim que acordara, só me dei conta do belo dia que estava quando já estava na paragem. Percebia naquele momento que o tempo parecia estar a dar uma ajuda e ai lancei o meu primeiro sorriso. A viagem de transportes públicos tornou-se mais fácil que esperava. A música esbatia-se no meu rosto, o sol a aquecia-me o coração e como por magia o amorfo tornou-se em cristalino, e assim passei uma hora a sorrir, sem pensar em nada.

Quando alcançado o fim da viagem respirei fundo… sabia que a qualquer momento ela podia aparecer. Estava ali sentado numa cadeira dura, fumando um cigarro, saboreando o meu café amargo quando o telemóvel toca. Um amigo, subtilmente, me dizia para acreditar em mim. E foi quando algo baloiçou em mim.

Ela chegara, e como por instinto recebia com um sorriso claro e sincero. Não foi preciso muito para que a sua voz me deixasse deslumbrado. A conversa fluía mais facilmente que eu imaginava, e logo percebi todo aquele deslumbre era diferente do que sentira meses atrás. Tenho que admitir que ver-te daquela maneira deixou-me triste, ver-te tão por baixo, deixou-me abatido. Ver a super-mulher que conheci, derrotada mexeu comigo. Ver-te a lutar contra a gravidade que teimava puxar a água que se acumulara nesses teus olhos cor de avelã, fez-me perceber que de facto este mundo não tem lugar para pessoas com coração grande.

A conversa terminara rápido pois, tempo é o que não tens, e compreendi os motivos.

No caminho de retorno, percebi que renascia das cinzas um novo sentimento, um sentimento de compaixão, de gratidão, de amizade. Hoje sinto-me em condições de te agradecer por seres como és, e pelo que hoje sou. Sei que se me caiem lágrimas, são lágrimas de felicidade, pois não guardo tristeza por ter acabado, mas sim felicidade por um dia ter existido. Por isso estou e sempre estarei disponível para te dar o que de melhor eu tenho… um ombro amigo para desabafares, dois braços fortes para te abraçar… uma mão sempre estendida para te ajudar a levantar.

Vejo que vivo apenas com um propósito, lutar pela felicidade alheia, lutar para que aqueles de quem eu gosto, sejam felizes… contentando-me apenas com o que sobeja dessas felicidades.

Viver assim vale a pena quando as pessoas, por quem damos tudo, são pessoas como tu.

Tenho um coração demasiado pequeno para guardar rancores, ressentimentos e mágoas, mas suficientemente grande para abraçar todos aqueles que me tocarem.

Há pessoas que despertaram o que há de pior em mim, mas tu despertas-te mais uma vez tudo aquilo que eu acho que tenho de melhor em mim.

Obrigado por me ensinares mais uma vez a amar, tenho a certeza que daqui nascerá uma grande amizade…

Não te esqueças que os amigos servem para nos darem de beber o alento, num copo sem fundo.

Adoro-te

4 de abril de 2007

Saudosismos, Nostalgias e Música!


Cheguei ao meu quarto à pouco! A minha aparelhagem estava ligada. Mais uma vez, para variar, ela ligara-se sozinha, o que me faz lembrar que tenho que reparar isso. Não é agradável ter uma aparelhagem que se liga sozinha, ainda por cima durante a noite…

Mas o facto é que ela estava ligada… Ligada numa rádio que não ouvia há anos. O programa é o Oceano Pacífico. Quando cheguei ao quarto tocava Gary Moore – I still got the blues, não tive coragem de desligar e deixei-me continuar de mente pregada nas colunas… a música permaneceu suave e melosa como era de esperar. Seguiu-se Hazard de Richard Marx, e o meu coração começou a latejar, e quando senti o peito pequeno para o meu coração, foi quando o Is this love dos Whitesnake entrou, e ai não houve força que controlasse a queda desmesurada de uma lágrima. Cindy Lauper juntou-se a festa com o seu famosíssimo Time after time e aí a nostalgia chegou. Relembrar dias de loucura, momentos de grande felicidade ao som de músicas como estas. Para ter a certeza que relembraria tudo, Dire Straits, com Brothers in arms e Roxanne, com Spennding my time, continuaram o “remember”. Tudo se proporciona para mais uma noite longa. Relembrar velhas amizades, verões de grande felicidade exprimidos até a última gota, noites longas ao relento a contar estrelas cadentes, a manteiga a derreter na broa quente, sorrisos de cumplicidade trocados ao desbarato, gargalhadas que ecoavam na escuridão que as noites nos proporcionavam, excessos, abraços, olhares, palavras, beijos, amizades realizadas a um expoente máximo.

Parecia que a rádio havia escolhido a programação a pensar em mim, e sem hesitar, metem a tocar Nena Cherry – Seven seconds away e Phil Collins – Hold on my heart, e como por magia lá estava eu a sonhar com um passado já algo distante. Tempos difíceis mas gratificantes, tempos em que eu aprendia a ser homem, tempos em que cultivei tudo aqui em que acredito, os meus valores, a minha palavra. Anos de ouro, uma adolescência construída por entre loucas aventuras com consciência sempre presente.

Nessa altura a minha cabeça estava despojada de todos os sentimentos menos o de saudade que preenchia todo o cantinho das minhas emoções. Foi quando de dirigi a varanda e observei a lua que se erguia cheia. Simply Red proporcionava o som de fundo com Holding back the years, e nessa altura eu é que não fui capaz de segurar mais uma lágrima, mas desta vez, era uma lágrima diferente, parecia cair com um sorriso colado por perceber que por onde quer que eu passei algum tempo, deixei amigos, amigos que não esquecemos, amigos que nos marcam de uma maneira que se torna impossível alguma vez esquece-los. Pessoas que nos dizem muito, apesar de não as vermos tantas vezes como as que desejamos. Pessoas que carregaremos para o resto da vida, não como um fardo, mas como um indicativo que o amor existe.

A noite adensa-se e penso agora que não foi erro nenhum ainda não ter dedicado umas horas a reparar a aparelhagem. Acho que hoje ela deu-me um sinal que há mais razões para sorrir que para chorar.

Claro que a rádio, que fez a programação desta noite a pensar em mim, não poderia deixar passar Moments in love dos Art of Noise. Não seria uma noite de profunda nostalgia se não tocasse uma música que me fizesse recuar dois anos. Um lounge que me fez recordar o Inverno quente e muito soalheiro de 2005. Tardes passadas na esplanada de um bar plantado à beira praia, onde vivi momentos de profundo amor, ao sabor do café. Pores-do-sol assistidos numa duna qualquer, ao som das ondas que reclamavam mais uns metros a costa. Salivas trocadas num beijo mais profundo, sempre na companhia de um sorriso, de um olhar silencioso que dizia mais que qualquer palavra, frase ou discurso. Retinas centradas, focadas nas homónimas que se apresentavam na imagem.

Foi a vez de Moby com Love should, passar, como que a quebrar com tudo que aquilo que eu estava a sonhar. Mais uma vez, aproveitando a leveza que a música cedia ao quarto, fiquei a pensar no presente. Fez-me perceber que este presente em nada tem haver com toda a vida que eu tive até agora. A dor da rejeição e da perda de um grande “amigo” mostram-me que, de facto, nada disto combina com o que eu vivi até há um ano atrás.

Quando parecia estar tudo relembrado, foi quando apareceu a Whitney Houston, maravilhosamente cantando I will always love you, e a imagem de certas pessoas colou-se-me aos olhos fazendo reviver tempos, que na altura pareciam eternos, namoros de uma adolescência, namoros loucos que se passavam à beira rio, enquanto se passeava pela Expo, adrenalina à flor da pele, pensamentos de felicidade eterna, enfim… a idade da inocência.

Acho que a noite já vai longa demais para quem amanha tem que acordar bastante cedo, por isso acho que fechar com Seal – Loves divine, parece-me muito bem, adequado a tudo o que vivi, e espero viver… se calhar se não fosse tanto trambolhão que eu tenho mandado ultimamente, poderia incluir o tempo verbal no presente. Não inclui-lo poderá soar injusto para muita gente, mas é como eu me sinto.

Amanhã é um novo dia, um dia longo e espero que, depois de tanta emoção, amanhã não tenha o coração dorido. Ainda há tempo para ouvir U2 – One love… how appropriated, enfim alguma mágoa é arrastada com esta…

Espero que a minha aparelhagem não me pregue outra partida como a de hoje…

Vou dormir…