28 de novembro de 2007

I can't forget!

Ultimamente tenho-me esquecido tanto disto que tive que colar um Post-it na minha parede!

Diz-me!

Diz-me!
Diz-me que dia é hoje! Para variar estou perdido e só tu para me deixares mais desorientado
Diz-me que horas são! Estou atrasado para viver e tu pareces querer-me fazer mais lento.
Diz-me que lugar é este! Quatro paredes pintadas de vazio que tu não queres preencher.
Diz-me com o que sonhas! São ternos momentos ou são ardores reais?
Diz-me onde vais e se me levas contigo!
Diz-me se me viste, hoje, de olhos fechados!
Diz-me qualquer coisa!
Diz-me quem sou eu! Sabes bem que não sou aquilo que tu julgas que sou.
Diz-me quem és tu! Não sei porque mas para esta acho que não tens palavras para esta.
Porque não me dizes o que tanto te agonia a garganta? É teimosia? Tantas vezes, tantos dias, por causa de tantas teimosas, perdemos a oportunidade de ver de outra maneira o que nos rodeia.
Porque não vês que tanto repúdio, tanto desdém é porque há algo preso dentro de mim?
Diz-me se ainda me reconhecerias se me visses!
Diz-me se há em ti, vontade de te perderes em mim!
Diz-me se sentes a minha falta quando me deixas!
Diz-me tudo o que queres dizer, tudo o que de bom e de pior, por mim tiveres dentro de ti!
Diz-me que não ficas calada!
Diz-me!

26 de novembro de 2007

Cold Night... Hot Tea, Hot Jazz!

Há para todos os gostos! Há os que vêm da Pérsia, outros da Índia e até da China, como dizia a publicidade. Há os mais intensos, mais suaves, exóticos ou clássicos, de frutos ou de ervas. Há aqueles com características medicinais, há outros com características relaxantes. Há pretos, vermelhos, verdes e muitas outras cores, há dietéticos mas todos eles são diuréticos. Os frios, refrescam-nos o corpo nos dias quentes de verão, os quentes, por seu lado em dias de Outono e Inverno, aquecem-nos as mãos, o corpo, o coração e se soubermos aproveitar bem o momento... aquecem-nos também a alma. Há quem o beba com açúcar, há quem goste dele frio… eu gosto dele sem açúcar e prefiro-o bem quentinho. Há uma variedade quase infinita, mas atenção as imitações…

Assumo peremptoriamente que sou um viciado em chá, e hoje escolhi uma infusão de frutos do bosque para me fazer companhia no sofá, junto da minha lareira onde a madeira não pára a crepitar, agarrado ao meu cobertor mega fofinho, a ouvir um belo som instrumental em tons de Jazz, pensando que filme vou escolher para terminar a noite!

Viva o fogo nas lareiras, viva os sofás confortáveis, viva os cobertores macios, o chá bem quentinho, a boa música e os bons filmes. Só falta a companhia, mas não se pode ter tudo…

Já precisava de um fim de dia assim!

(Já agora viva as pipocas caseiras que fui fazer há última da hora…)

19 de novembro de 2007

O melhor amigo do homem.

Há uma questão que ficou retida na minha mente. Será a tristeza contagiosa?

Hoje cheguei a casa mais cedo que esperava e aproveitando isso fui tratar da bicharada da casa. Deixei para último a minha “menina”. Já quase há 5 dias que mal a via e hoje tinha a hipótese de estar um pouco de tempo com ela. Claro que não foi preciso eu descer as escadas todas até ao quintal para ela começar aos saltos e a ladrar.

O dia havia me corrido muito mal e não estava com grande ânimo e ela assim que me viu chegar, calou-se e ficou sentada. Fiquei com a sensação que ela percebera que hoje eu não estava, de todo, naqueles dias, toda a sua explosividade ficara contida nela. Chegou-se a mim e aninhou-se a meus pés como um olhar que metia dó a qualquer um. Então ali fiquei eu a passar-lhe a mão pelo pêlo macio. Ficamos os dois ali quietos como que a confortarmo-nos mutuamente, num silêncio de cumplicidade. Eu sei que parece estúpido pensar isto, pois ela é um animal, uma cadela, mas ninguém me tira da cabeça que os animais são capazes de sentir o que sentimos, que nos conseguem entender. Foi como um desabafo, um grito mudo, foi bom tê-la ali para ouvir aquilo que eu queria dizer e não podia.

Realmente, quanto mais conheço as pessoas mais gosto da minha cadela.

18 de novembro de 2007

Está frio lá fora.

Apesar do belo dia que esteve, a noite chegou fria para nos fazer chegar aos cobertores, para nos fazer apertar a escaldante chávena de chá. Hoje optei por um chá de cidreira para me fazer um pouco de companhia.

O vapor que emerge da chávena vai embaciando um pouco o vidro da minha varanda. Lá fora está escuro, a lua está alta no céu limpo. Sinto um arrepio e uma vontade ainda maior de me embrulhar no pequeno cobertor, sim o Outono já chegou… mas acho que são as luzes dos efeitos de natal que algumas casas começam a ostentar, que me faz ver que já estamos em pleno Novembro.

O meu dia começara tarde. Não sei porquê mas hoje levantei-me tarde. Acho que o cansaço esbateu-se me mim depois de tantos dias a estudar a fundo. O dia já ia alto e dessa forma eu comprometi a minha agenda. Lembro-me que me tinha comprometido a mim mesmo a arrumar o meu quarto e escritório, mas agora, olhando para trás, vejo que nem a cama fiz…

Sai de casa antes de almoço com a consciência pesada, pois a minha lide doméstica havia ficado em suspenso por tempo indefinido, mas também acabei por não dar muita importância a isso, hoje isso para mim não fazia qualquer sentido.

Senti uma extrema necessidade de adrenalina e acabei por aceitar um desafio para um passei de Todo-o-Terreno. Pelo menos foram umas horas da tarde onde a concentração, a adrenalina e o regozijo subjugaram as minhas preocupações.

Agora, de chá na mão percebo que nem jantei… hoje nem vontade para isso tive. Entendi também que já a mais de uma hora que estou dentro do meu quarto, ora observando a janela, ora observando as fotografias. Percebi agora que esta semana foi muito especial, foi uma semana de grande aprendizagem, de grande companheirismo, de a grande entrega pessoal, uma semana de muito estudo, onde revi grandes amizades, reencontrei caras familiares, onde pontos de vista diferentes foram discutidos em bom tom, onde apreendi que por todo lado existe alguém que gosta de falar comigo, que gosta de estar comigo. Foi uma semana que eu classifico de muito positiva… como não tinha há muito, muito tempo, principalmente ontem, sexta e quinta, mas há sempre um mas, nunca nada é perfeito…

Eu ainda não consigo tirar os olhos de Lisboa por saber que estas ali, daquele lugar que eu consigo ver daqui. Continuas cá dentro de mim, enaltecendo um pequeno ardor que a ironia da vida colocou em mim.

Não há nada mais que possa fazer senão te ver desta distância, dentro do meu quarto, porque está frio lá fora e eu prefiro ficar aqui no meu cantinho.

13 de novembro de 2007

Este Sentimento.

Este sentimento… este meu fado, tão vivido, tão magoado.

Este sentimento desgovernado, marcado a fogo e calcado em funda melancolia.

Este sentimento dilacerado, que noite e dia, me arrebata e me agonia.

Este sentimento desenganado, de saudades desmazelado, enche-me a vida vazia.

Este sentimento alucinado, que me desvaria entre o luto e a alegria.

Este sentimento sendo assim tão desencontrado, este meu sentimento desesperado, que por outro sentimento meu, eu escreveria?

9 de novembro de 2007

Altura dos "Porquês"! (Parte IV)

Porque é que, por vezes, as lágirmas caiem-nos do rosto quando perdemos algo que não podemos repor.
Porque é que me sinto triste sempre que me comprometo a aprender com os meus erros.
Porque é que se nunca tentarmos, nunca o saberemos.
Porque é que, por vezes, nos sentimos tão cansados que nem conseguimos adormecer.
Porque é que recebe menos quem mais tem para dar.
Porque é que nem sempre somos bem sucedidos, quando damos o nosso melhor.
Porque é que nunca duvidamos daquilo que achamos ter certeza.
Porque é que tenho tudo o quero, mas não o que preciso.
Porque é que mais conheço as pessoas mais gosto da minha cadela.
Porque é que o grande medo das pessoas é a mudança.
Porque é que me sinto a desperdiçar a minha juventude...

5 de novembro de 2007

Poeira Azul.

Os teus olhos são como negras aranhas que tecem fitas pelo teu cabelo e pelo teu vestido. Em mim tecem desesperos e incoerências.

Pedi-te para voltares atrás naquele minuto. Nunca estivemos tão perto do sol tal como quando Ícaro fugia do labirinto. Lenta ascensão, vertiginosa queda e um arrepio quando os lábios se encontraram.

Queria partilhar tudo contigo… aquela poeira azul que distorcia todo o ambiente que nos cercava, aquele ribombar que ecoava no meu peito, aquele sabor que a minha boca parecia estar a sentir… tudo isto enquanto tropeçávamos juntos pelos olhares da multidão. Eles pareciam querer nos ignorar, mas não havia mal, pois eu sentia-me cheio de orgulho por ser aquilo que desejavas… nem que fosse só naquele momento.

Pálida pele, olhar estrelado, movimentos delicados, um sorriso estonteante… tudo isto se consumia em mim.

Então voltei a pedir-te para voltares atrás naquele minuto. Nunca me senti tão perto da morte e tão vivo ao mesmo tempo.

Queria partilhar tudo contigo… toda aquela poeira azul…