19 de novembro de 2007

O melhor amigo do homem.

Há uma questão que ficou retida na minha mente. Será a tristeza contagiosa?

Hoje cheguei a casa mais cedo que esperava e aproveitando isso fui tratar da bicharada da casa. Deixei para último a minha “menina”. Já quase há 5 dias que mal a via e hoje tinha a hipótese de estar um pouco de tempo com ela. Claro que não foi preciso eu descer as escadas todas até ao quintal para ela começar aos saltos e a ladrar.

O dia havia me corrido muito mal e não estava com grande ânimo e ela assim que me viu chegar, calou-se e ficou sentada. Fiquei com a sensação que ela percebera que hoje eu não estava, de todo, naqueles dias, toda a sua explosividade ficara contida nela. Chegou-se a mim e aninhou-se a meus pés como um olhar que metia dó a qualquer um. Então ali fiquei eu a passar-lhe a mão pelo pêlo macio. Ficamos os dois ali quietos como que a confortarmo-nos mutuamente, num silêncio de cumplicidade. Eu sei que parece estúpido pensar isto, pois ela é um animal, uma cadela, mas ninguém me tira da cabeça que os animais são capazes de sentir o que sentimos, que nos conseguem entender. Foi como um desabafo, um grito mudo, foi bom tê-la ali para ouvir aquilo que eu queria dizer e não podia.

Realmente, quanto mais conheço as pessoas mais gosto da minha cadela.

1 comentário:

Sophie disse...

Quantas vezes por tras de um sorriso nos escondemos da vida??

Para quem nos entende, meia palavra basta...

***

:)