27 de fevereiro de 2007

She wish me, she wish me not…

She wish me, she wish me not…

É uma sensação estranha a de estar no sítio certo, na hora certa, mas com uma atitude completamente errada…

É limitativo… depenar uma flor à espera de uma resposta que a nada me vai responder.

She wish me, she wish me not…

Enquanto isso vou sonhando… vou vendo que é bom voar, que é bom sonhar…
Dou por mim a imaginar-me a aventurar pelo desconhecido, a desbravar o oculto que se expõe perante mim, e a perceber que só o sonho já vale a pena… mas por vezes aterro, e penso que apenas estou a colectar lenha para me queimar…

She wish me, she wish me not…

E tu? Acreditas que ainda vais a tempo? Em que pétala eu vou parar?
Talvez sejas a minha maior incógnita, tu propões me mais incógnitas que equações, és tu que me fazes balançar entre respostas.
Por vezes penso que tu é que manipulas a minha vontade de escolher entre o que é desconhecido e o parece perdido.

She wish me, she wish me not, she wish me, she wish me not…

Reflicto sobre as possíveis combinações e fico receoso de algumas delas. E se ambas as respostas forem negativas?? Ou pior, se ambas forem positivas?? Se o caso for algum destes significa que alguém sairá ferido, e nesse caso espero ser eu a assumir as consequências…

...e se a resposta for híbrida?? Talvez fosse bom demais para ser verdade…

Irra!! Que dom de complicar o que quer simples...


"Tão frio, tão gelado que uma pessoa queima os dedos! Todas as mãos que o agarram recuam! É exactamente por essa razao muitos pensam que está a escaldar."

26 de fevereiro de 2007

Um mal menor...

O meu olhar perde-se para lá do que é visível...
Foco-me onde o rio se encontra com o mar, onde o doce se torna salgado. O horizonte nada mais é que uma ténue linha de delimita o azul do mar com o azul celestial do céu. Os rugidos das ondas soltam-se, como se de gritos de revolta se tratassem, pelas margens impedirem a progressão das mesmas.
Quase que sinta a areia húmida tocar na minha pele, como se um esfoliante se tratasse.
Foi quando fui rapidamente transportado de volta para a minha varanda, mesmo a tempo de ver mais uma noite romper no céu, enquanto o sol, fazia a sua cama no horizonte.
A temperatura desce, e como por magia a brisa suspende-se, como se a natureza parasse para apreciar o pôr-do-sol.
A harmonia esbate-se em tons de azul e laranja, e é quando o lounge me sobe a cabeça, o volume aumenta e uma sensação de leveza atinge-me de tal maneira que pareço voar. Sinto-me leve e forte, tal como o Super-Homem… mas eis não quando me deparo estatelado de novo no meu puff. Tinha-me esquecido de largar a kryptonite que trago sempre colada não meu peito…

Um mal menor…

Deparo-me com uma situação delicada, uma situação que me é estranhamente familiar.
Luto por discernir qual a melhor decisão, qual será o mal menor. As minhas dúvidas assombram-me as noites… hoje não dormi, passei o tempo com o olhar colado na janela, mirando o escuro infinito. Questionei o céu e as estrelas sobre qual a melhor atitude, e o dia chegou sem que qualquer resposta me fosse dada.
Padeço de cansaço… sinto que os pensamentos não flúem. Sinto uma morte interior que arrasta, mais uma vez, as minhas dúvidas para a cama. Contudo elas perseguem-me para onde quer que eu vá.
Tento entender o significado desta vida desgarrada que tenho vivido, e tudo aquilo que acho que consigo compreender, cedo se torna em mais dúvidas.
Quando penso que tinha o puzzle estava quase terminado, descobri que a última peça não encaixava, e que a figura não fazia qualquer sentido. Pouco do que eu tenho aprendido ultimamente, tem feito sentido. As desilusões ocorrem a todo momento, e o que era certo antes, não o é agora. A vida tem o dom de misturar os sentimentos de maneira aleatória, criando incertezas em tudo o que desejamos que seja dado como absoluto.
Por vezes somos nós que queremos complicar o que se tornava simples, como que a contrariar o que a vida nos quisera facilitar. É nessas alturas que penso que nasci para viver num ténue sofrimento, que me vai anestesiando o cérebro, de tal maneira que não me é permitido observar correctamente o que me é reservado… mas nem tudo é prejuízo. No meio desta selvajaria é possível retirar algumas conclusões sobre mim. Tenho percebido que por mais complexo que eu seja, são as coisas simples da vida que me fazem feliz. São as pequenas palavras, que quando ditas com consciência e sentimento, me fazem acreditar na felicidade, são as pequenas atitudes, como um sorriso honesto ou um olhar de cumplicidade, que me fazem almejar um novo rumo.
Estou cognescente que ninguém pode ser feliz vivendo na ilusão, e que quanto mais nos iludimos, mais nos desiludimos. Tenho mais dúvidas que certezas, mas é isso que nos faz lutar por um futuro mais certo. De facto a vida é uma antítese, um paradoxo complexo.

Falando em paradoxo… gostava de saber o que realmente queres de mim, gostava de saber porque fazes da indiferença, a tua arma contra mim, porque me massacras com a tua aparência indestrutível, que me reduz a pó e mágoa? Porque insistes em destruir tudo aquilo que eu levei uma vida a construir? Será que te fiz tanto mal assim? Mereço eu este tratamento? Será que foi por te ter realmente amado? Ou será porque tu nunca o fizeste? Será que é saudade o que sentes, ou apenas repúdio? Não vês que já estou no fundo? Não percebes que não posso descer mais? Donde vem essa insaciável vontade de me ver por baixo? Ou será que interpretei tudo errado?
Estou consciente que todas elas são retóricas, e que provavelmente nunca irei alcançar tais respostas…
Ver-te novamente vai ser doloroso, mas se te evitar, não vai evitar que a dor não bata de novo. Gostava que tivesses em consideração tudo o que passamos, tudo o que um dia me disseste, tudo o que um dia sonhamos, tudo o que um dia acreditamos… gostava que tivesses em consideração que ainda te amo.
Gostava que entendesses que, nada existe, tudo é triste desde que te vi partir naquela noite.
Tu foste e és o meu purgatório, mostraste-me o quanto eu fui cruel para os outros, e mostras-te me fazendo-o a mim. Por ti, eu vi o quanto pequei, o quanto monstro eu fui. Ensinaste-me que um predador, depressa se torna numa presa, e por esse, e todos os outros ensinamentos, eu estou te grato… foste simples, brutal, genial e incisiva.
Mesmo assim, continuas a ser o meu Alfa e o meu Ómega, ainda és o meu nascente e poente, a primeira do dia e a última da noite.
Tornaste-me mais calculista, mais frio e imparcial. Tornaste-me mais insensível, mais opaco, mais destrutivo, mas quando o assunto és tu, a armadura cai-me deixando-me desprotegido, frágil… vulnerável aos teus ataques de ausência.
Tinhas razão quando disseste que eu era demasiado emocional. Tu consegues amansar a fera mais indomável.
Agora espero sentado, impávido, pelo dia em que tu me iras confrontar com as tuas palavras, com o teu olhar. Espero rezando que apenas se manifeste o mal menor. Espero tentando me concentrar, para que nem a calma nem o discernimento me abandonem quando me deparar perante a tua postura de super-mulher.

Espero conseguir dominar os meus instintos mais profundos, aqueles que me tornam injusto e cruel…

Estou cansado…

24 de fevereiro de 2007

Guess who's back ??

A noite foi curta...
Mal deu para carregar as baterias, no entanto, para meu espanto ali estava ele, explícito e bastante expressivo.

Era algo que eu não estava à espera… depois de uma semana tão difícil, de uma noite mal dormida, ele não hesitou em se manifestar audazmente. Estava parvo comigo mesmo.

Mergulhei por baixo da água quente e enquanto o corpo relaxava, tentei buscar pela explicação daquela aparição, que custava a desarmar. Depressa me apercebi que não me recordava da última vez que ele me aparecera logo ao acordar.

A água batia na face como que a massajar a testa franzida.

Estava feliz… feliz porque sonhei, consegui sonhar acordado, sem que a prudência me acautelasse, foi quase como se fosse real… era um sonho que não queria que se tornasse realidade, era um sonho que certamente se tornaria em muita mágoa e dor. Um sonho que não seria capaz de lutar por ele, mas o facto de o ter sonhado fez com que ele aparecesse de surpresa…

Este desgoverno que a minha mente segue, é algo pelo qual ansiava há algum tempo, sentir o descontrolo racional por vezes é muito bom, qualquer canto é um lugar para se parar e sonhar. Tudo se torna reluzente, certas imagens colam-se-nos no olhar, olhares desfiados, olhares que se cruzam por fracções de segundo a mais que o normal…

Provavelmente essa e a razão pela qual ele surgiu tão cedo, vigorizado pelas incertezas de um sonho pelo qual tenho medo de lutar…

Seja qual for o motivo, é sempre bom acordar com um sorriso esclarecido, mas melhor ainda quando é por um motivo como este…

21 de fevereiro de 2007

Déjà vu ou uma solidão que perdura...

Hoje acordei cedo, e como por instinto olhei para o outro lado da cama, depressa percebi que estava só no meu quarto. Quatro paredes brancas recheadas de memórias.

Apressei-me a levantar-me, embrulhei-me no robe e rapidamente sai do meu quarto. Corri as divisões todas da casa em busca de alguém, mas na casa não existia vivalma; e mais só me senti.

Cheguei a casa de banho e mirei-me ao espelho. Um arrepio percorreu o meu corpo nu, quando me deparei com o meu pior inimigo… eu. Sem hesitar precipitei-me sobre o duche. A água morna corria pela minha pele aquecendo o meu corpo, lavando a minha alma. Pareciam lágrima, as gotas que escorriam pelo meu rosto. Estava sozinho naquele local.

Chegado de novo ao meu quarto, nostalgias esbateram-se no meu rosto, o guarda-roupa aberto colocou-me perante a minha primeira decisão. As horas fluíram sem que eu tivesse de pronunciar qualquer palavra, nem mesmo um som… era hora de sair.

Na paragem esperei por uma cara amiga com quem dialogar, mas o autocarro chegou e eu estava, mais uma vez, só. Dentro do autocarro apenas viajavam algumas caras, todas elas gastas pelos muitos Invernos que viram passar, e não havia ninguém com quem eu conversar. Pela janela observei a cidade… parecia quase vazia de algo, quase tão vazia como eu me sentia. No metro a mesma sensação… a única coisa que mudara era a imagem que se fazia ver pelas janelas, imagens de um breu denso que por vezes se alternava com as coloridas luzes de um cais vazio. Eu chegava à aula sem que uma palavra tivesse pronunciado.

A sala estava vazia, vazia de intimidade, vazia de cumplicidade, vazia de sabor. A solidão teimava em não sumir. Comecei a sentir tristeza no peito, e a aula passou sem que eu proclamasse qualquer som.

O metro esperava-me uma vez mais, para mais uma viagem até ao meu destino. Instintivamente procurei um olhar familiar, um rosto conhecido, mas nada achei e apenas me deixei acompanhar pela minha música que me embalou nos meus sonhou.

Já estava sentado quando o cheiro do meu café me puxou para a realidade… já estava frio e o cigarro que havia acendido minutos antes morrera no cinzeiro. Dei por mim sentado numa mesa com mais 5 cadeiras, e todas elas tão cheias, tanto quanto havia sido o meu dia. Parecia que a solidão chegaram para ficar… ali fiquei a ver as horas passar, sem que ninguém amigo aparecesse. Eram horas de me mudar.

Acorri a paragem do autocarro pois havia mais uma viagem a fazer antes de chegar meu destino último deste dia.

A confusão estava instalada na sala de espera, um corrupio intenso de “entra e sai”, eu ali estava num canto, mais uma vez observando as pessoas na sua azáfama. Nem uma palavra havia saído anunciada pelos meus lábios.

O meu tempo havia chegado, e quando entrei na sala fria proferi as minhas primeiras palavras do dia “Boa tarde”, das quais obtive a mesma resposta, friamente, daquele homem que vestia uma bata branca, vazia como tudo o que havia encontrado hoje. O diálogo foi curto e seco, sem que o olhar se cruzasse uma vez só. Para mim havia sido uma mera articulação linguística com aquele homem frio que perante mim se apresentava.

Sem que me apercebesse estava de retorno ao meu lar, sempre com o olhar pregado na janela que reflectia o meu rosto cansado.

Mudo saíra, mudo entrava no meu lar… as portas de minha casa abriram-se para me envolver na solidão que havia deixado horas atrás, a mesma solidão que foi a minha única companhia durante o dia. Senti os músculos da minha face entorpecidos, incapazes de proclamar um sorriso, incapazes de se moverem pela falta de uso.

A noite já vai longa e do meu quarto vejo um reflexo que passou o dia a seguir-me, o meu… e por de trás desse reflexo, revejo uma imagem que se colou no meu olhar…o breu, e o vazio das ruas. Desejo agora que o cansaço chegue para que finalmente, me volte a refugiar na minha cama grande e fria, para voltar a ficar protegido por estas quatro paredes, cheias de recordações, que cercam o meu canto…

Ainda tive tempo para mais um cigarro que fumei na minha companhia e na companhia da brisa que corria na rua, e pela primeira vez hoje senti que não estava sozinho. Olhei para o céu, mesmo com algumas nuvens, consegui deslumbra-la. Com a sua luz me aqueceu o peito… por ela, uma lágrima escorreu pelo rosto, uma lágrima solitária como eu só, com ela desabafei as mágoas de um dia que havia sido igual a tantos outros que já vivi.

Dia triste que acaba, comigo sentado numa cama, escrevendo para quem quiser ler, partilhando o vazio que a solidão implica por si só. Há dias assim que nos fazem ver que não somos ninguém senão comunicarmos, se não manifestarmos as nossas frustrações, desejos e medos. Hoje guardei tudo para mim, e tudo e demasiado para mim.

19 de fevereiro de 2007

Novos ventos...

É corrosivo…

É doloroso ver o barco, pelo qual tanto lutamos para flutuar, a afundar precipitadamente.

É este o sentimento que se instalou em mim, ao ver uma pessoa por quem eu tinha (tenho?!?!?!) muito apreço, ir ao fundo. É difícil ver um amigo bater no fundo, e saber que não vai ter forças para sair de lá.

São noites em claro tentando perceber o porquê deste destino quase previsível. São horas de insónia pensando numa pessoa que é capaz de dispensar um segundo para em mim pensar.

Agora baixo os braços, agora estou cansado… estou magoado.

Este, parece ser o meu destino, entregar-me a pessoas que me ignoram, lutar por pessoas que nem se preocupam comigo. Gostava de ser mais perspicaz, mais capaz de perceber quem me vai fazer bem e quem me vai fazer mal.

Estou farto de ser massacrado, de ser pisado, de ser desprezado por aqueles que eu amo.

Não percebo o que me é reservado. Por vezes acho que a solidão e o meu único destino, por outras vezes acho que algo de especial me é reservado, mas ate lá a minha impaciência realça-se perante as minhas atitudes, e assim, não há moral que aguente.

Mas nem tudo é desgraça. Hoje sinto que tudo tem um propósito. A vida tende para um confuso equilíbrio. Quando perdemos algo, a vida arranja uma maneira de ganharmos qualquer coisa. Raramente ela nos devolve o que desejamos, e por vezes nem nos apercebemos que o saldo é bastante positivo, isto porque o instinto leva-nos a procurar exactamente o que perdemos.

Afinal de contas sou um ganhador, e não um perdedor como tenho vindo a pensar.

Perdi um grande amor, um amigo e muitos meses de felicidades, mas ganhei muitos amigos, alguns dos quais tudo farei para os manter até ao fim da minha vida, ganhei experiência de vida e acima de tudo conquistei respeito, respeito esse que lutarei manter, que continuarem a respeitar.

Sou um autêntico novelo de sentimentos. É confuso sentir, ao mesmo tempo, a perda e o ganho, o repúdio e a atenção, o ódio e o amor, a magoa e a alegria, a solidão e o companheirismo. Só sei que, hoje, percebi que o ganho, a atenção, o amor, a alegria e o companheirismo supera em muito a perca, o repúdio, o ódio, a magoa e a solidão.

Pobre de quem teve medo de correr riscos. Porque esse talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir.

Só há uma coisa que torna um sonho impossível, o medo de fracassar.

Cada vez me sinto mais preparado para voltar a viver, para voltar a seguir o sonho que tanto sonhei, o fracasso não me assusta. Agora só me falta alguém que queira partilhar este meu triunfo para a vitória ser plena…

17 de fevereiro de 2007

Cumplicidades

Cumplicidades... sorrisos trocados ao desbarato.
Intimidades... gargalhas soltas sem razão aparente.

Momentos repletos de pequenas subtilezas que nos deixam em êxtase, cobertos de uma euforia estridente capaz de contagiar os mais imunes. Situações que perduram por horas a fio, situações que parecem bloquear os maus pensamentos, como um antídoto anula um veneno. Ontem virei uma página, a primeira página, contra esta claustofobia que eu tecia para mim. Por breves segundos consegui voar... e sempre ciente que tinha os pés no chão... porque há sorrisos que tem essa capacidade, a capacidade de tornar um pesadelo num bonito sonho.
Foram breves momentos, mas aconteceram e isso é o que conta.

Afinal não estou morto, sou capaz de sonhar e é isso que nos mantém vivos.

16 de fevereiro de 2007

-Feliz, meu amor, é aquele que aprende a avançar no caminho da vida sem nunca estar só.
-Feliz é aquele que com palavras toca o teu corpo.
-Feliz é aquele que sente pelo vidro a boca que diz que te ama.
-Feliz é aquele que sabe que no dia seguinte conseguira o que hoje ainda não tem sentido – amar-te sempre mais.
-Feliz é aquele que ordena os gestos, suspende os ímpetos, e da a cada musculo que no teu corpo estremece o nome do animal a que ele pertence.
-Feliz é aquele que viu lentamente como era bom conhecer-te.
-Feliz é aquele que explode em lágrimas quando sente que o amante se afasta.
-Feliz é aquele que, olhos na distância dos olhos, diz "amo-te" e sofre por sentir que esta palavra é ainda distancia.
-Feliz é aquele que te segura a cabeça quando tu lhe ofereces o som da tua intimidade mais sedenta: são fios de seda que fazem a aranha magica.
-Feliz é aquele que, no fim do dia, sente a fadiga na língua.
-Feliz é aquele que sabe contigo a metafísica do sexo – e que sabe por isso que quanto mais físico mais metafísico.
-Feliz é aquele que num carro sente que as vozes se transformam em rugidos.
-Feliz é aquele que sabe que alguém vigia e protege o seu sono.
-Feliz é aquele que imagina o olhar ansioso dos homens sobre a evidência do teu corpo.
-Feliz é aquele que te ouve falar e imagina o que escreveste durante a noite.
-Feliz é aquele que sente que a casa se inclina para ti.
-Feliz é aquele que passa o gelo da boca tua para a boca ainda minha.
-Feliz é aquele que vê o espaço tornar-se azul a sua volta.
-Feliz é aquele que os outros sentem que ele é demasiado feliz.
-Feliz é aquele que se esqueceu do tu para ser nos. Um dia vai esquecer o nos para ser a arvore a nossa frente.
-Feliz é aquele que sabe que pode morrer depois de ti – porque conheceu o absoluto da vida, e por isso até na morte pode arder.·
-Feliz é aquele que te escreve antes de adormecer…

Sentimento estranho, intratável: tu és o ponto mais alto e o ponto final.
Todas as causas são coisas no vazio, jogos de marionetas, quando a única coisa que tem uma causa é o lugar onde tu nos dizes – Nós.

Tributo aos meus amigos...

Obrigado...

...a todos aqueles que me acompanham nesta aventura que é a vida.

...a todos aqueles que me apoiaram, e apoiam, tantos nas decisões difíceis como nas fáceis.

...a todos aqueles que me estendem a mão, sem que eu tenha de pedir.

...a todos os que me ensinaram a ouvir um sorriso e a falar com um olhar.

...a todos aqueles que me ensinaram a olhar para lá do que os olhos conseguem ver, a sentir para lá do que o coração consegue sentir.

...a todos os que me deram um ombro para eu chorar.

...a todos aqueles que respeitam os meus defeitos e elogiam as minhas virtudes.

...a todos os que não tiveram medo de me criticar.

...a todos aqueles que me procuraram nos bons e maus momentos.

...a todos os que souberam ouvir-me.

...a todos aqueles que me pediram um conselho.

...a todos os que em mim confiaram.

...a todos os que me tiraram de casa.

...a todos aqueles que me mostraram que a intimidade pode existir; mesmo num local cheio de desconhecidos.

...a todos os que me ensinaram que o sofrimento faz parte do nosso crescimento, e que não nos podemos deixar derrotar por ele.

...a todos aqueles que me fizeram descobrir que ser amigo, é amar, e amar é sofrer nos maus momentos e vibrar os bons.

...a todos os que me mostraram que mesmo no mal, há sempre algo de positivo.

...a todos aqueles que me ensinaram que demonstrar sentimentos não é sinal de fraqueza.

...a todos os que fizeram ver que é possível sentir saudades, segundos depois de partir.

...a todos aqueles que estão sempre presentes no meu coração.

...a todos os meus verdadeiros amigos...

...um verdadeiro OBRIGADO por aquilo que são, e por aquilo que eu sou por vos conhecer!

10 de fevereiro de 2007

Hoje decidi partilhar duas lendas...

A primeira história vem da antiga Pérsia: o deus do tempo, após ter criado o universo, apercebeu-se da grandiosa harmonia á sua volta, mas cedo sente falta de algo muito importante; uma companhia com quem desfrutar de toda aquela beleza.
Durante mil anos, ele rezou para conseguir ter um filho. A história não diz a quem ele pediu o filho, pois ele já era o todo-poderoso, unico e supremo; mesmo assim ele rezou, e acabou por engravidar.
Ao perceber que conseguira o que queria, o deus do tempo ficou arrependido, consciente de que o equilíbrio das coisas era muito frágil. Mas era tarde demais - o filho já vinha a caminho. Tudo o que conseguiu com a sua aflição foi que o filho que carregava no seu ventre se dividisse em dois.
Assim da oração nasceu Ormuzd (o Bem) e do arrependimento nasceu Arimã (o Mal) - irmãos gémeos.

A segunda história tem como base A Última Ceia de Leonardo da Vinci: ao conceber o fresco, da Vinci deparou-se com uma grande dificuldade, precisava de pintar o Bem (na figura de Jesus) e o Mal (na figura de Judas). Interrompeu o seu trabalho até encontrar os modelos ideais.
Certo dia, enquanto assistia à exibição de um coral, viu num dos rapazes a imagem perfeita de Cristo. Convidou-o então para ir ao seu atelier, e reproduziu os seus traços nos esboços.
Passados 3 anos , A Última Ceia estava quase pronta - mas da Vinci ainda não tinha encontrado modelo ideal de Judas. O cardeal, responsável pela igreja, comecou a pressioná-lo, exigindo que terminasse depressa o mural.
Depois de muitos dias procurando, da Vinci encontrou um jovem prematuramente envelhecido, esfarrapado, bêbado, por completo na sarjeta. Com dificuldades, os assistentes de da Vinci, levaram o bêbado até a igreja, pois não havia tempo para esboços.
O mendigo sem entender bem o que estava a acontecer, era mantido em pé pelos assistentes.
Quando da Vinci terminou, o mendigo, já um pouco mais sóbrio disse:
- Eu já vi este mural antes!
- Quando? - Perguntou surpreso da Vinci.
Há 3 anos atrás, antes de perder tudo o q tinha. Numa época em que cantava num coro, tinha uma vida cheia de sonho...

O Bem e o Mal têm a mesma face, tudo depende apenas da época em que nos cruzam o caminho.

5 de fevereiro de 2007

...

Não tardei a conhecer melhor essa flor. No planeta do principezinho sempre tinham existido flores muito simples, guarnecidas com uma única fiada de pétalas. Sabiam muito bem qual era o lugar delas e não incomodavam ninguém. Uma bela manhã despontavam na relva e, nessa mesma noite, apagavam-se. Mas aquela, aquela germinara de uma semente vinda sabia-se lá de onde e o principezinho pusera-se logo a viagar atentamente aquele rebento que não se parecia nada com os outros rebentos. Talvez fosse uma nova espécie de embondeiro... M as bem depressa o arbusto deixara de crescer para começar a preparar uma flor. O principezinho, que assistia ao despontar de um botão enorme, estava mesmo a ver que dali iria sair uma aparição miraculosa; mas a flor nunca mais acabava de se arranjar, de se pôr bonita, sempre trancada no seu quarto verde. Escolhia as cores com todo cuidado. Vestia-se vagarosamente assentando as pétalas. Não queria sair toda amarrotada, como as papoilas. Só queria aparecer no máximo esplendor da sua beleza. Oh, sim! Ela era mesmo muito vaidosa! Levara dias e dias a preparar-se. E um bela manhã, precisamente ao nascer do sol, fizera a sua aparição.
E ela, que demorara tanto tempo a arranjar-se, bocejou e disse:
-Ai! Ainda mal acordei... Peço-lhe que me perdoe... Estou toda despenteada...
Mas o principezinho não pôde conter a sua admiração:
-Você é tão bonita!
-Lá isso é verdade... - respondeu a flor, com uma voz mansinha - E nasci ao mesmo tempo que o sol...
O principezinho suspeitou logo que a modéstia não devia ser o seu forte; mas era tão enternecedora!
-Creio que está na hora do pequeno-almoço - disse, daí a pouco - É capaz de de ter bondade de pensar na minha pessoa?
E o principezinho, todo atrapalhado, fora buscar um regador de água fresca para servir a flor.
Depressa começara portanto a atormentá-lo com a sua vaidade, as suas susceptibilidades e os seus carichos.
Um belo dia, por exemplo estando a conversar com o principezinho acerca dos 4 espinhos, disse:
-Se os tigres, com aquelas garras, pensam que me metem medo... Cá os espero!
-Mas no meu planeta não há tigres! - objectara o principezinho. - E aliás, os tigres não comem erva...
-Eu não sou erva - respondera a flor, com uma voz meiguinha.
-Desculpa...
-De facto, dos tigres não tenho medo nenhum. Mas correntes de ar... Por acaso não tem por aí um biombo?
"Já é azar, para uma planta ter medo das correntes de ar, pensara o principezinho. "Mas que flor tão
complicada!"
-À noite, quero que me cubra com uma redoma. É que faz tanto frio aqui... Há tão poucas comodidades...Lá de onde eu venho...
Mas calara-se imediatamente.
Quando ali chegara, era uma semente. Evidenmte que nao podia ter visto nada noutros mundos. Humilhada por se ter deixado apanhar numa mentira tão ingénua, tossira duas ou 3 vezes para conseguir virar o bico ao prego:
-Então, esse biombo?
-Estava para ir buscar, mas como você ainda nao tinha acabado...
A flor pôs-se a forçar a tosse. Mesmo assim, ele ainda havia de ficar com remorsos!
Deste modo, apesar de toda a boa vontade do seu amor, o principezinho começara a desconfiar dela. Tinha levado a sério meia dúzia de coisas insignificantes e saíra-se muito mal.
Sentia-se muito infeliz.
Um dia, confidenciou-me:
"Nunca lhe devia ter dado ouvidos. Deve-se é olhar para elas e cheirá-las. A minha, perfumava-me o planeta todo, mas eu não era capaz de dar a valor a isso. E aquela fanfarronice das garras, que me irritou tanto, devia era ter-me enternecido..."
E também me contou que:
"Não fui capaz de entender nada. Devia tê-la avaliado, não pelas suas palavras, mas pelos seus actos. Ela perfumava-me e dava-me luz! Eu nunca devia ter fugido! Devia era ter sido capaz de perceber toda a ternura escondida naquelas suas pobres manhas. As flores são tão contraditórias! Mas eu era novo de mais para a saber amar."

Eu também tive a minha flor...

4 de fevereiro de 2007

Saudades...

Fantasmas

Invisiveis...impreceptiveis...mas presentes.


Constantemente assombram a minha existencia. Deambulam de um lado para o outro ofuscando-me a visão, limitando o meu horizonte.


Deixam-me pesado, fraco e oprimido. Surruram-me ao ouvido, relembrando-me um passado que por tantas vezes quer ficar esquecido. São vozes da consciência que me castigam, que me limitam.


São monstros que eu criei para mim mesmo, monstros que me deixam dormente, são como correntes de aço que me prendem a um passado inacabado.


Fantasmas...fantasmas que preciso destruir, fantasmas que preciso dominar, mas para isso preciso primeiro, de vê-los, e deixa-los de ouvir...



...mas sozinho não será fácil...

1 de fevereiro de 2007

O que queria eu, em evitar o combate? - A decepção e a derrota – Passa a ser o único legado da minha cobardia...