19 de fevereiro de 2007

Novos ventos...

É corrosivo…

É doloroso ver o barco, pelo qual tanto lutamos para flutuar, a afundar precipitadamente.

É este o sentimento que se instalou em mim, ao ver uma pessoa por quem eu tinha (tenho?!?!?!) muito apreço, ir ao fundo. É difícil ver um amigo bater no fundo, e saber que não vai ter forças para sair de lá.

São noites em claro tentando perceber o porquê deste destino quase previsível. São horas de insónia pensando numa pessoa que é capaz de dispensar um segundo para em mim pensar.

Agora baixo os braços, agora estou cansado… estou magoado.

Este, parece ser o meu destino, entregar-me a pessoas que me ignoram, lutar por pessoas que nem se preocupam comigo. Gostava de ser mais perspicaz, mais capaz de perceber quem me vai fazer bem e quem me vai fazer mal.

Estou farto de ser massacrado, de ser pisado, de ser desprezado por aqueles que eu amo.

Não percebo o que me é reservado. Por vezes acho que a solidão e o meu único destino, por outras vezes acho que algo de especial me é reservado, mas ate lá a minha impaciência realça-se perante as minhas atitudes, e assim, não há moral que aguente.

Mas nem tudo é desgraça. Hoje sinto que tudo tem um propósito. A vida tende para um confuso equilíbrio. Quando perdemos algo, a vida arranja uma maneira de ganharmos qualquer coisa. Raramente ela nos devolve o que desejamos, e por vezes nem nos apercebemos que o saldo é bastante positivo, isto porque o instinto leva-nos a procurar exactamente o que perdemos.

Afinal de contas sou um ganhador, e não um perdedor como tenho vindo a pensar.

Perdi um grande amor, um amigo e muitos meses de felicidades, mas ganhei muitos amigos, alguns dos quais tudo farei para os manter até ao fim da minha vida, ganhei experiência de vida e acima de tudo conquistei respeito, respeito esse que lutarei manter, que continuarem a respeitar.

Sou um autêntico novelo de sentimentos. É confuso sentir, ao mesmo tempo, a perda e o ganho, o repúdio e a atenção, o ódio e o amor, a magoa e a alegria, a solidão e o companheirismo. Só sei que, hoje, percebi que o ganho, a atenção, o amor, a alegria e o companheirismo supera em muito a perca, o repúdio, o ódio, a magoa e a solidão.

Pobre de quem teve medo de correr riscos. Porque esse talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir.

Só há uma coisa que torna um sonho impossível, o medo de fracassar.

Cada vez me sinto mais preparado para voltar a viver, para voltar a seguir o sonho que tanto sonhei, o fracasso não me assusta. Agora só me falta alguém que queira partilhar este meu triunfo para a vitória ser plena…

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