23 de julho de 2007

Estranha forma de sentir.


Sensação errática esta a que sinto.

Hoje o sol parecia menos brilhante enquanto se deitava no leito do horizonte.

Fiquei ali sentando, com o olhar pregado no laranja que, lentamente, se desvaneceu em roxo e depois em azul. Continuei com os olhos fixados no horizonte e encheu-se em mim uma vontade de mergulhar naquele infinito.

Lisboa já havia tecido o manto de luzes sobre ela, e agora eram as estrelas as responsáveis pela iluminação celestial.

Eu estava imóvel, estático, parado, preso, acorrentado a leveza da tela que se proporcionava a minha frente. O coração palpitava lentamente como que a poupar o folgo para não se cansar de apreciar a beleza natural. Parecia que, até o vento parara para contemplar todo este ritual.

Respirei fundo e senti o meu peito pesado.

Sentimento estranho, intratável: eu era o ponto mais alto e o ponto final. Não me parecia nenhum daqueles meus processos de declínio, nenhuma queda, nenhuma degradação. Era apenas uma apoteose. Senti-me enormemente pequeno naquele tão pequeno infinito. Respirei mais fundo ainda e… a semântica havia se alterado. Tudo se desqualificara e eu era apenas o suporte de algo que não tinha nem nome nem gramática explícita. Era só eu, o tempo e aquela voz que me sussurrava…

…que era amor, e eu não sabia… que era a morte e ninguém me havia dito… que era alegria e havia sido um bom dia…

Estranha forma de sentir, esta a minha.

19 de julho de 2007

Wave

Vou te contar, os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender.

Fundamental é mesmo o amor,

É impossível ser feliz sozinho...

O resto é mar, é tudo que eu nem sei contar.

São coisas lindas que eu tenho pra te dar.

Vem de mansinho a brisa e me diz,

É impossível ser feliz sozinho...

Da primeira vez era a cidade,

Da segunda o cais e a eternidade,

Agora eu já sei da onda que se ergueu no mar

E das estrelas que esquecemos de contar

O amor se deixa surpreender enquanto a noite vem nos envolver...

Vou te contar, os olhos já não podem ver coisas que só o coração pode entender.

Fundamental é mesmo o amor,

É impossível ser feliz sozinho...

O resto é mar é tudo que eu nem sei contar.

São coisas lindas que eu tenho pra te dar.

Vem de mansinho a brisa e me diz,

É impossível ser feliz sozinho....

Da primeira vez era a cidade,

Da segunda o cais e a eternidade,

Agora eu já sei da onda que se ergueu no mar

E das estrelas que esquecemos de contar

O amor se deixa surpreender enquanto a noite vem nos envolver...


Que há mais a acrescentar a esta poesia?
Ela diz tudo!

"Wave" de "Tom" Jobim

9 de julho de 2007

Sentimento que não tem preço.


Por fim, hoje consegui ter um tempinho para regressar ao meu cantinho cibernétivo. A sobrecarga de exames têm me limitado o tempo para me dedicar ao que/quem mais gosto. O blog não foi excepção, porem nem tudo é mau. Passar 14h de um dia virado para os livros tem me feito muito bem, pois tem conseguido com que eu tenha deixado de parte os meus problemas e “traumas”, e os frutos provenientes desse esforço, até agora, têm sido bastante motivadores.

Contudo a vida parece querer-me compensar por tanto esforça, desgostos e tristezas, e nas ultimas semanas tenho sido constantemente surpreendido, umas surpresas menos boas, mas outras extremamente agradaveis!

Tenho recebido todos os dias mensagens, telefonemas e abordagens de amigos que por variadíssimas razões me tem elogiado a minha capacidade de lá estar, mesmo quando não estou presente, outros simplesmente me agradecem por ser amigo, outros dizem apenas que sentem a minha falta. É bom saber que as pessoas pensam em nós, uns sem qualquer razão aparente, outros por acharem que os meus conselhos valem a pena. Há aqueles que apenas querem o um ombro e acham que o meu é do melhor (não amiga? :P), outros apenas querem partilhar comigo momentos de grande felicidade.

Ser reconhecido por tantos amigos, quer para o mal como para o bem, quer por nos ausentarmos muito, quer pela ausência já existir, é algo de fantástico e se sentimentalmente as coisas tendem a não funcionar comigo, as amizades estão ao rubro. Sinceramente, antes assim que ao contrário.

Apesar da escassez de tempo, consegui arranjar um tempinho para dois jantares à luz da amizade, jantares que nos fazem ver que amizade não tem preço, que a vida assim faz sentido e por mais baixos que se tenha, estes poucos altos equilibram bem a balança!

Obrigado a todos aqueles que me procuram, a todos aqueles que manifestam saudade, a todos aqueles me só quiseram me dizer “Olá!”, a todos aqueles que querem caminhar ao meu lado e que fazem questão que eu os acompanhe nas suas jornadas.

Obrigado a todos os que me tem como amigo! Bem haja!