26 de março de 2007

Cambalhotas

Quem é este que vejo ao espelho?

Não sou eu.

Que é isto que escorre pela minha cara?

São lágrimas.

Que querem elas levar?

O ódio.

Mas ódio de que?

De mim.

Mais uma vez falhei, para não variar, mais uma vez me dei mal.

Estou num limite de rotura. Nada parece fazer sentido. É enlouquecedor o tic-tac do relógio.

Sinto que tenho de baixar os braços, não por quem merecia que eu me mantivesse na luta, mas sim por quem eu não quero magoar.

Não voltarei a ser pisado, pelo menos como tenho sido toda a minha vida. Para já é tudo que posso fazer.

Morre agora aqui aquele que nem chegou a nascer, antes que a insanidade se apodere de mim.

Preciso de um ânimo extra, preciso de ter algo em que me agarrar, preciso de paz e harmonia, preciso de me sentir amado.

Preciso de conseguir dormir descansado… e é isso que vou fazer.

1 comentário:

Sophie disse...

Por momentos olhei para a paisagem que leio neste texto... um pano escuro como breu sem luz ou nada que o ilumine, um ponto, uma saída, uma sombra... Desviei o olhar, isso não é paisagem, não é nada por onde se deva olhar... qualquer preto que se aviste tem sempre um branco para o iluminar... ou se não o vemos há que o procurar... procura-o...Tantas vezes que como tu so avistava preto e no entanto, hj dá para ver um ponto branco, uma saída, em tudo...Procura-a que acredita que ela está lá...
encontraste-a??