6 de setembro de 2007

Em ponto de orvalho!


É impressionante como conseguimos nos inundar por preocupações fúteis. Hoje passei o dia assim, pensando em coisas sem grande interesse, relegando para segundo plano aquilo que talvez me fizesse crescer um pouco mais, ou que pelo menos me desse um pouco mais de qualidade de vida.

Tinha a cabeça a mil, quando vi que eram horas de ir preparar o jantar. A ausência de discernimento limitou a minha imaginação culinária a uma sopa!

Com a panela ao lume, vi que o sol já se punha e percebi que era altura ideal para ir regar o meu jardim.

O calor ainda se fazia sentir e foi com agrado que abri a torneira e preparei a ponta da mangueira para a configuração de pulverizador. Foi como uma sensação para a vida.

Descalço, com os pés nus sobre a relva molhada, senti o meu espírito recuperar o alento. Lavei a alma com as microscópicas gotas de água e senti a temperatura descer ao ponto da perfeição. O odor do alecrim, do rosmaninho e da alfazema molhado, flutuava no ar juntamente com o perfume das 101 flores que no meu jardim habitam. Um momento de magia pura, de uma leveza impar, de uma simplicidade inigualável que me enchia de felicidade, deixando-me por fim sem qualquer problema na cabeça até que…

“Fogo! Deixei a panela ao lume!”

1 comentário:

Sophie disse...

Que saudades de lavar a minha alma dessa mesma maneira, deixando-me impregnar e arrepiar com tais gotinhas... fizeste-me recordar um passado já distante quando em tenra idade tantas vezes, em brincadeira, tive tal sensação - não interessava o que me rodeava apenas aquele arrepiante conjunto de gotas a invadirem-me com uma ousadia anestesiante...

Que Saudades...