11 de setembro de 2007

O último segredo dos oceanos.


Porque choraste tu?

Ainda vejo no teu rosto os cristais de sal que as tuas lágrimas deixaram.

Foi porque hoje os céus bocejaram violentamente ou porque ouviste as ondas baterem as asas que tu delicadamente teceste?

Será por não haver medicação ou consolação para as tuas feridas em mim cravadas?

Porque será que mordes suavemente os teus lábios, porque franzes tu as sobrancelhas nesse ar casto?

Por favor não chores, por favor não chores mais… Choras como se eu quisesse, fosse ou devesse te pedir desculpas por algo que não cometi.

Agora olhas-me como se um segredo me quisesses contar, mas não temas as marés ou os navios fantasma que por lá navegam, pois eu estarei sempre aqui para mergulhar no teu tesouro perdido para em mim guarda-lo. Amarei, para sempre, o teu peculiar prazer.

Contemplar-te-ei no infinito, pois tu és o último segredo e o mais pecaminoso dos desejos dos oceanos.

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