8 de setembro de 2007

Viagens


São instantes de inconsciência. Pequenos momentos onde a loucura faz parecer que a insanidade não passa de mera vaidade. Não me perguntem se íamos a 100, ou mesmo a 200, pois para mim íamos a 1000km/h. Com a cabeça fora da janela e com os braços esticados na esperança de apanhar o vento, gritei… gritei alto e em bom som, gritei gritos que, em prol da felicidade, se transformavam em rugidos. Desta forma abri a boca e deixei que o ar me sufocasse, me privasse de respirar. A velocidade era tanta que o meu pranto se dispersava nos milhares de luzes que provinham dos placares de publicidades e dos néons que anunciavam mais um bar.

Feliz é aquele que sente o vento bater-lhe no rosto!

Prosseguimos viagem, e eu, de olhos bem fechados tentava imaginar os locais por onde passávamos, tornando assim a viagem única, diferente, autêntica. Passei por lugares onde mais ninguém havia, ou haverá, passado, por ruas coloridas, por avenidas intermináveis, por vielas inimagináveis. Fiz a minha própria viagem, ao sabor do vento, ao sabor da noite, ao sabor da amizade

“Vamo-nos perder?”- perguntaram.

E eu não hesitei e disse…

“Ainda aqui estamos?”

Sem comentários: