3 de setembro de 2007

Serei assim tão estranho?

Já não posso mais com isto!

Que se passa com a mocidade dos nossos dias? De tanto me dizerem coisas do género “Tu não és normal!?” ou do género “Onde estacionaste a nave?” ou “ De que sistema planetário vieste tu?” ou então “Quando é que bateste com a cabeça a ultima vez?”, começo a desconfiar que não sou mesmo nada normal e os meus encontros matinais com o espelho começam a deixar-me assustado.

Aqueles que não me conhecem bem estarão a pensar porque raio as pessoas continuam a dizer, insistentemente, tais afirmações. Devo frisar que a grande parte das afirmações são me dirigidas por elementos do sexo feminino que ficam espantadas por eu (um homem) saber cozinhar qualquer tipo de pratos (incluindo aqueles que eu não gosto), por todos os dias fazer a cama, por muitas vezes passar a minha roupa a ferro, por limpar a casa de banho, por lavar sempre a cozinha, por não gostar de ver a minha casa desarrumada ou suja.

Estas frases também são proferidas por eu acordar cedo, sempre que posso (incluindo nas ferias). Tenho que admitir que me faz um pouco de impressão quem passa as manhãs todas na cama até ao meio-dia ou mais. Uma vez por outra também eu o faço, mas prefiro acordar cedo e ir dar uma volta por um jardim qualquer ou ir até a praia.

A normalidade dos jovens de agora é deixar a roupa suja acumular no monte e quando não houver mais, ou se gasta uma pipa de massa na lavandaria, ou então começa-se a reciclar roupa. É também normalidade para um jovem a pirâmide de loiça no lava-loiça que alguns, orgulhosamente, exibem a quem a casa deles vai. Há também quem ache normal que não se faça a cama, pois a noite vai ter que a desfazer de novo; mediante tal afirmação fico-me a questionar se eles pensam o mesmo da mudança de lençóis. Depois há aqueles que passam a vida nos fast-food’s pois cozinhar da muito trabalho. Não poderia deixar também de referir aqueles que ostentam com brio a colecção de bolas de cotão que com muito esforço conseguiram acumular por detrás da porta do quarto, ou o mofo de pelos que está espalhado por toda a casa de banho.

Também sei que há aqueles que fazem todas as tarefas domésticas como eu, mas não acham normal o facto de o fazer sem frete. Eu faço tudo isso sem frete (vá passar a ferro aborrece-me um pouco) pois quem corre por gosto não cansa, e se se fizer um pouco todos os dias custa bem menos.

Eu não sei bem quem tem a noção de normalidade trocada, mas para tirar a prova dos 9, tive 2 dias (o máximo que consegui) a tentar ser um jovem “normal” e foi muito mau… experiência a não repetir. De facto, para mim, a normalidade está do meu lado e não vou abdicar do meu estilo de vida!

Em relação aos outros aspectos mais pessoais, pelos quais também me acham muito diferente do normal, vou-me abster pois nenhum advogado é bom em causa própria. Se gostam assim, ainda bem, se não gostam só tem que por na borda do prato.

Com isto é hora de ir fazer o jantar, pois já oiço vozes a protestar.

1 comentário:

Sophie disse...

Engraçado...completamente de acordo... será que estaremos desenquadrados??lol felizmente conheço mais alguns (poucos) estranhos como nós...
eles andam por aí...:-)


Bjinhos ***