18 de setembro de 2007

A facto ad jus non datur consequentia; A posteriori.


O que é isto em que esbarrei? Onde é que o sentimento se perdeu? É nesse instante que a resposta bate-me a porta e vejo que ele se perdeu quando se começou a estabelecer regras exactas para ele se pudesse manifestar…

O horror está instalado em mim, tal como o pânico.

Ultimamente, tenho desejado ter um desejo, um desejo que me fizesse nunca mais querer outro, um desejo que fizesse com que nada mais interessasse, mas vejo que tudo o que me resta é esperar que o que me rodeia se dissolva numa fracção de segundos, apaziguando assim o meu anseio.

Cheguei ao fim do capítulo final de um qualquer livro. Li todas as páginas que encontrei e continuo sem encontrar uma resposta.

Tudo o que sei, é que tudo o que ousara ter sido, um dia, mais cedo ou mais tarde acabá por reflectir algo em mim. Essa é a única maneira que as coisas têm para ser.

Então aqui fiquei ao sol, respirando com os meus pulmões e com a minha alma, tentando me poupar da altitude da verdade que me diz que tudo o que alguma vez viram em mim, foi apenas um reflexo de um espelho, colocando assim a fasquia mais alta, fazendo o meu pensamento ousar desejar que eu me colocasse numa banheira cheia de água gelada para que esta ideia febril passasse.

Alcanço assim conclusão do dia: existe um momento certo para interromper tudo!

Apercebo-me que, o que realmente preciso é de um tempo para poder descansar este peso que o mundo pôs sobre os meus ombros, um tempo onde nada me seja questionado, onde eu consiga dar vazão a este pranto que na minha carne se encrostou, um tempo onde eu possa por fim baixar esta máscara de “forte e corajoso”, um tempo onde possa ser cobarde e invejoso…

Quero um momento onde todas estas dores atrozes que me rodeiam me invadam o corpo, um momento onde todo este ódio gerado se consuma em mim até ao meu último folgo e mesmo depois disso espero que todos respeitem e compreendam a minha decisão, mesmo que eu não a aceite, mesmo que eu não saiba lidar com ela…

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