3 de setembro de 2007

Longa se torna a espera!

O sol já deu lugar ao escuro da noite, contudo ainda se sente a sua presença na agradável temperatura. O tempo convida-me a puxar o meu puff para a varanda onde uma brisa suave se faz notar. Pela porta do meu quarto sai a fragrância do incenso que lentamente se consome. O chá devora-me o pensamento enquanto sacia a minha alma de algo mais. Respiro fundo na esperança de conseguir mais uma vez descrever esta imagem que eu não me canso de contemplar. São sete colinas enfeitadas com milhares de luzes que a esta distância mais parecem pedras preciosas encrostadas num manto negro. No céu apenas consigo vislumbrar uma única estrela e a lua hoje parece mais tímida que o normal.

A escuridão a minha volta obriga-me a voar daqui para fora. Voo para longe, voo para lá que fica já além mesmo, entre o “sol” e o “si”.

Perco-me pelas ruas e estreitos da vida e percebo que procuro algo. Algo que desconheço, mas que sei que não vou encontrar.

Lanço-me em desafios inalcançáveis com a esperança que eu, um dia, me supere e para espanto próprio me sinta um pouco mais capaz de algo.

Não consigo descrever o que sinto. É um misto de saudade, tristeza e felicidade. Estou sem capacidade de conseguir evidenciar os meus sentimentos e desta forma fecho um pouco os olhos há espera que a brisa passe mais uma vez e me dê um beijo.

Apenas a minha música quebra o silêncio instituído meu bairro, hoje parece que até os cães, que constantemente estão a ladrar, pararam para desfrutar desta noite. A suavidade das músicas flúi por mim deixando um restinho de magoa para com a vida. É estranho como me posso sentir feliz por ter a vida que tenho, mas ao mesmo tempo me sentir tão triste por tão poucas vezes me sentir acarinhado e amado. Sinto-me tão só como aquela estrela que se ergue no denso negrume do céu.

Respiro fundo e termino o chá; fecho os olhos e para lá eu volto antes que a tristeza se apodere de vez de mim. Está na altura de mudar de música, mas vou ficar por aqui a curtir a bonita noite que está!

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