30 de agosto de 2007

Há um vento frio no ar!

"Era um café e um copo de água, por favor.” – Simpaticamente, alguém pede ao barman.

Foi desta forma que acordei da minha viagem. Decidi então ordenar um capuchino e uma torrada para forrar o meu estômago.

Aqui me encontro eu, numa mesa de um bar, a espera de alguma coisa! Estou sentado, lado a lado, com o meu irmão. Está lendo em silêncio um qualquer livro. Fez-me lembrar que há algum tempo que nada leio…

A falta de cumplicidade entre mim e ele deixa-me com uma vontade de escrever, mas hoje, as minhas frustrações parecem estar bastante encrostadas em mim, ao ponto de não as conseguir soltar neste pedaço de papel virtual.

O sol, batendo na minha cara, provoca uma sensação estranha pelo meu corpo quando misturado com o fresco ar que sai do ar condicionado. É um misto de quente-frio que me deixa suado e arrepiado.

Vou degustando um caramelo na esperança que ele me traga algo de doce à vida para alem do sabor que se vai entranhando na minha boca, mas nada parece mudar.

Observo as flores que uma rapariga trás com ela e no meio daquele bonito embrulho, consigo vislumbrar rosas. Sem que pudesse contrariar o meu pensamento, tal imagem faz-me recuar alguns dias e lembrar-me de uma rosa em particular que originou em mim um misto de sensações.

De facto, as rosas são flores cínicas, são flores de aparência frágil, bela e romântica, de odores enfeitiçantes, mas todos sabemos que se não lhes soubermos pegar, poderemos magoar os dedos. São os espinhos, de tão belo aroma, que não nos permitem desfrutar todo o seu esplendor! Se lhe cortarmos os espinhos, a rosa deixa de ser rosa, e passa a ser uma flor mutada a vontade do ser humano. Deixa de ser original, casta, pura para ser mais uma coisa manipulada ao nosso bem-querer.

É na pureza das coisas que está o seu valor, e no caso da rosa, é o desafio de podermos aprecia-la nas nossas mãos, completa e sem nos magoarmos que dá ainda mais beleza à flor.

Por vezes sinto-me como a rosa, no meu estado puro, poderei ser difícil de tolerar, de apreciar e por essa razão as pessoas tentam sempre criar em mim aquilo que não existe. É com normalidade que, depois as pessoas me achem estranho, diferente, fora do normal. As pessoas ficam com receio de me “pegar” pois eu permaneço irredutível em deixar que me cortem os “espinhos”. Esse obstáculo faz com que as pessoas apenas me queiram apreciar dentro de uma jarra qualquer.

Nunca pensei vir um dia a concordar que a vida é mesmo como um mar de rosas… se não soubermos nadar nela, vamos nos magoar muito…

1 comentário:

teardrop disse...

Obrigada pelo teu comentário no meu blog. Obrigada pela ousadia, é sempre gratificante saber que aquilo que escrevemos é lido e que alguém percebe o que queremos transmitir.

Vou passar a ser leitora do teu blog, pelo que vi pareceu-me bastante interessante!