18 de agosto de 2007

Um pouco de surrealismo.


São momentos intensos de algo que me transcende. São breves instantes que parecem durar uma vida. São momentos onde a antítese do prazer da proximidade se envolve com a dor atroz da curta distancia que nos separa. São instantes onde tudo parece nada quando estás ao meu lado.

Silêncios quebrados pelos sons mudos que proferimos. Enaltece-se a minha cegueira conduzida pelo ofuscar da tua luz. Quebram-se regras e tabus, estratégias ou dogmas. Nada resiste ao trovejar que corre nas minhas artérias.

É como observar-te no negrume, é como proferir o teu nome de boca fechada, é como ouvir a tua voz no fundo do oceano.

Rasga-se o vento, as luzes e o som. Cessam-se batalhas, travam-se guerras, curam-se as feridas e derrubam-se barreiras.

Perco-me, com uma facilidade quase que absurda, nos teus olhos. Sinto um fraquejar quando inalo as flores que em ti habitam. São rosas ou amores-perfeitos? São lírios ou pétalas de lótus? Só sei que são odores que me fazer voar por entre as brisas que correm pelo o meu corpo rasgando-me o peito, violentando-me contra o chão.

Exausto, luto contra o ribombar do meu coração com medo que tu o oiças a brandir. Sinto-me pequeno ao lado de tanta destreza presencial.


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