15 de outubro de 2007

Fotografia

Foi quando cheguei do banho que me apercebi que o meu quarto precisava de uma boa limpeza. Achei que não era tarde, nem era cedo, e armei-me, até aos dentes, com objectos de limpeza.
Enquanto limpava as mais profundas entranhas do meu cantinho, que esbarrei com uma caixa. O pó fazia notar que havia passado muito tempo desde que tinha sido aberta pela última vez. Depois de remover a poeira, sentei-me na minha secretária e coloquei aquele pequeno objecto a minha frente. Era, obviamente, uma caixa mais pesada do que parecia ser, devido ao peso das memórias nela contida.
Fiquei a contempla-la por uns instantes, antes mesmo de abrir, e quando finalmente decidi fazê-lo, vi um monte de doces recordações que se foram acumulando em fotografias.
Não foi preciso muito para achar uma fotografia em particular…

Eu, tu… nós dois… naquele terraço à beira-rio, o sol ia caindo e o teu olha parecia acompanhar a cor do rio. Parecia que não queríamos ir embora. A tarde caía e ia se desfazendo em milhares de cores até ao escurecer. O sol já tinha caído sobre a outra margem… era um final de tarde quente, como só o verão nos proporciona. Era tudo perfeito.
Era só eu, tu… nós dois… sozinhos naquele bar, a meia-luz, iluminados pela lua que se erguia bem alto, a conversa, que era sempre agradável, parecia ter sempre assunto. Era tudo tão perfeito…

Enquanto contemplava a tua fotografia daquela tarde, havia uma suave melodia a fluir do meu rádio, fazendo-me ver que há sempre uma canção para aquela velha história de um desejo que, quase, todas as canções tem para contar, de um desejo daquele beijo… aquele beijo que tantas vezes tocamos…

Era tudo perfeito… demasiado perfeito…

1 comentário:

Sophie disse...

As coisas boas duram o tempo suficiente para ser inesquecíveis... este é mais um exemplo...:-)

Bjinhos***