8 de outubro de 2007

Saudades do Futuro.

Há algo no horizonte!

São pássaros animados pelo anúncio de mais uma amena tarde outonal!

Sinto o meu espírito solidário com a alegria deles!

Outono…

Uma estação onde a mudança está implícita. As árvores dão ordem as suas folhagens para trocar o verde resplandecente, pelo castanho velho, mas eu ainda continuo na mesma, com a minha solidão compulsiva. Mais uma vez, encontro-me fechado no meu cantinho, ouvindo melodias sem voz que embalam os meus sonhos, que fazem a minha alma dançar uma valsa em Si, que emancipam a minha dor num tom em Dó menor.

A dança continua, mas eu permaneço, aqui sentado, nesta cadeira onde deixo os meus olhos se fecharem para que também eles possam sonhar. O meu tacto sente o calor que trespassa o vidro da minha janela; a minha audição capta as vibrações que flutuam pelo meu quarto; o meu olfacto sente o sabor flagrante de mudança que se encontra no ar; já o paladar, por sua vez, sente o odor adocicado que o sol propaga lá no alto.

Continuo parado, mas isso é só uma questão de perspectiva, pois dentro de mim corre um contemplamento superior, que me confronta numa antítese, fazendo todo o meu corpo estremecer. Será um arrepio? Acho que os outros chamam-lhe de ânsia de viver, mas eu chamo-lhe apenas de Saudades do Amanhã!

Sem comentários: