13 de junho de 2007

Cinza cor-de-céu.

Hoje o dia nasceu cinzento e parece que cinzento vai morrer. Está um tempo inconstante e estúpido. Hoje até o tempo me irrita. Não sei porquê, mas desde de ontem a noite que ando assim, nesta angústia, neste desmazelo.

Não sei que se passa comigo, sinto-me agressivo, perigoso, descontrolado. Não sei porquê… ou talvez saiba! Talvez seja pelo facto de estar a perder o controlo de tudo o que me rodeia, logo eu que sempre gostei e lutei por ter tudo sobre controlo, mas desta vez sinto que está tudo desgovernado, sinto-me preso ao banco do condutor, num carro velho e fraco, a 200 à hora, sem conseguir manobrar o volante, é uma sensação de impotência total sabermos que a qualquer altura vamos direitinhos a qualquer muro, que nos vamos magoar, e muito!

Talvez por falta desse controlo, eu esteja também a perder o meu próprio controlo, e metaforicamente, isso traduz-se nas pessoas que eu vou atropelando até que o carro embata contra algum muro e pare.

Ontem gritei com a última pessoa com quem eu devia gritar, hoje chateei-me com a minha mãe e com o meu pai, quase por pura birra, ao meu companheiro de estudo gritei, espezinhei, nem sequer tomei em atenção ele estar doente e estar ali comigo para me ajudar!

Não percebo em que espécie de monstro me quero transformar, é que para agravar tudo isto eu tenho consciência que não tenho agido correctamente. Estou alterado e talvez não saiba porquê.

Cheguei mais cedo a casa, pois compreensivamente o meu colega de estudo acabou por desistir de estudar, e eu, já estoirado de tanto me dar na cabeça, deparo-me com problemas informáticos que me meteram os nervos em franja. É claro que, antes mesmo de dar por isso, já eu estava a disparar em todas as direcções e desta vez o visado foi o meu irmão. Consegui conter-me passado algum tempo, mas quando pensava estar a acalmar, cai-me uma bomba no colo que deixou de vez K.O. As vezes a ignorância podia ser o que de melhor nos poderia acontecer… irónico!

Agora, um pouco mais calmo, volto a digerir tudo o que se passou desde ontem até este preciso momento. Desisti de procurar as causas de tanta aflição, simplesmente parei para reviver o que vivi e não pensar em nada! Agora paira em mim um sentimento cinzento como o tempo que se exprime no exterior destas quatro paredes do meu quarto. Se há dias maus, este foi mesmo dos piores! Vou ver se durmo um pouco, pois acho que ficar a mandar cabeçadas na parede não vai resolver nada!

Que amanhã o dia não seja tão cinzento…

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