6 de junho de 2007

O que foi não volta a ser...


O ar está pesado. O ruído e muito e há conversas por todo lado. Ainda sinto o álcool na boca do cálice que bebi há pouco. A animação está instalada na sala, mas eu estou aqui sentado, mudo, quieto, sossegado… e penso. Penso no que já passou, no que já não volta. Lembro-me dos meus anos de infância, dias passados em brincadeiras entre o recreio da escola e a minha rua, onde se brincava ao berlinde, ou se transformava um jornal velho numa bola de futebol, dias onde cada acção emanava inocência, dias passados a matar o tempo… (Recreio, acho que esta palavra já me é estranha!)

Hoje, sinto que é o tempo que me mata a mim, que me consome, numa vida em constante tensão, vivida em contra-relógio. Sinto-me velho, pesado, aborrecido, triste. Pressinto que, devido a momentos de uma menor motivação, estou a perder anos valiosos, mas pior que isto é sentir que não tenho tempo para aqueles que mais precisam de mim, os meus amigos que em momentos tão difícil, não estou a conseguir apoia-los como eles sempre me apoiaram…

Reparo mais uma vez no ambiente a minha volta, e deparo-me com a alguém a dizer-me: “Já deves ter o café frio!”… e de facto está… senti-me deslocado…

1 comentário:

Sophie disse...

Ha quanto tempo também não ouvia a palavra R-E-C-R-E-I-O!!!!! E sentir que as recordações nos vão decorando a vida e ajudando a vivê-la... é assim que as devemos encarar...

Tudo o que é bom dura o tempo suficiente para ser inesquecível...:)

Fica bem... pensamento positivo

e.....


café quente...;)


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