26 de maio de 2007

Manga-Peach

O fim de tarde proporciona-se calmo. Há apenas uma leve brisa no ar. Chego-me para perto da porta da minha varanda, o vapor quente do meu chá embacia um pouco o vidro, mas mesmo assim consigo desvendar o horizonte. Sinto o odor adocicado do meu chá Manga-Peach, a flutuar pelo meu quarto. Decidi brindar este momento com um som diferente, um som já algo esquecido por entre o baú das recordações. Cousteau patrocina o sonoro com o seu álbum Sirena. Como pano de fundo apresenta-se uma Lisboa vestida de azul. Sento-me no puff, fumo a minha alma e bebo mais um gole do meu espírito, fixo o meu olhar no rio Tejo e assim permaneço… depois de algum tempo vejo que já aprendi a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e amordaçar uma, que amar não significar apoiar-me em alguém, que a companhia nem sempre significa segurança, que os beijos não são contractos e os presentes não são promessas… Sinto-me mais maduro, o som embala a esse sentimento e o chá ajuda a engoli-lo.

”Estranha forma de sentir” … penso eu no meio de mais um trago…

1 comentário:

Sophie disse...

Fantástico como consegues fazer com que quem te leia, também te aviste ao fundo no teu puff com uma canequinha de manga-peach, qse que sentindo esse sabor adocicado e embalado por essa paisagem...

as palavras de William Shakespeare que publicaste pertencem a um texto que acho que é do mais perfeito que há...

sim sr.... 5*


Bjinhos***